domingo, 25 de novembro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 7

Tão distante a rosa clara

Tão distante o amor afaga

No instante seu perfume deixa

No outro sua boca marca

Tão distante seus olhos choram

Tão distante sua boca treme

No instante quero que me ame

No outro quero que me deixe

Tão distante fico a sua espera

Tão distante a tristeza mata

No instante seu desejo arde

No outro seu gemido cala

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 6

Devoro-te o corpo nu

Não por amor

Pela fome que a paixão me traz

De seu corpo

Deslizar os lábios em seu ventre

Sentir a sutileza de seu corpo

Ouvir nos seus gemidos a entrega

Devora-me com a mesma fome

Não por que me amas

E sim por que a paixão da fome

E a fome do meu corpo ao seu

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 5

De que vale o amor então

Se não é tratado com tal zelo

Deixa de amar pelo medo

De que vale o amor então?

De que vale meu coração

Se em tua mão não posso deixar

Mais vale parar de batê-lo

Ou talvez no lixo entregar

De que vale meu corpo

Se não é para teus olhos admirar

Se tuas mão não são as que tocam

Não hei de um corpo mais precisar

De que vale minha alma impura

De romances e desejos enraizar

Se de minha alma com a tua não está mais junta

Então sem alma sem paz irei ficar

De que vale o amor então?

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 4

Não suspire agora,

A eternidade de um suspiro a outro

Corre o sussurro de meus desejos em teu corpo

Por mais um suspiro e outro

No seu suspirar acelerado

Procurar os lábios secos de paixão

E matar a sede, em seu corpo rubro

Não amar mais que um minuto

E viver em eterna paixão

No revolto desejo

Não mais de amor caíram

Mais que o primeiro beijo

Mais que uma simples tensão

Foge de mim o desejo

Num ultimo suspiro, a ultima canção.

Perco meus olhos em teus olhos

Tua boca a procurar

Somente sonhos ou devaneios

Mais uma noite para te amar

Perco meu corpo no seu corpo

Perco minha alma no te desejo

Apenas seus olhos para me fazer chorar

Hei de ter a ti por mais uma noite

Por mais uma noite se perder em ti

Por mais uma noite hei de sonhar

Não mais que um sonho de poder te amar

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Só 11% dos brasileiros confiam nos políticos, aponta pesquisa

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que apenas 11% dos brasileiros confiam nos políticos e 16%, nos partidos políticos. Ainda segundo a pesquisa, Polícia Federal e as Forças Armadas são as instituições mais confiáveis, com a aprovação de, respectivamente, 75,5% e 74,7% dos entrevistados.

O estudo também mostra que 85% acreditam que a corrupção pode ser combatida, e 94,3% acham que um político processado na Justiça não deveria poder concorrer às eleições.

Os entrevistados também consideram importante a reforma política: 95,4% são favoráveis, embora a pesquisa não tenha feito perguntas específicas sobre que mudanças deveriam ser feitas na legislação.

A pesquisa mostra ainda que 79,8% discordam do foro privilegiado para pessoas que ocupam cargos públicos, como previsto atualmente na lei brasileira.

Os dados serão divulgados durante uma audiência pública na Comissão de Participação Legislativa da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira.

A pesquisa foi realizada pela Opinião Consultoria a pedido da AMB e ouviu 2.011 pessoas nas três primeiras semanas de agosto, em entrevistas por telefone, em todos os Estados.

A pesquisa mostra que entre os políticos, o nível local de decisões tem mais credibilidade do que a esfera nacional: 18,9% dos entrevistados disseram confiar na Câmara dos Vereadores, enquanto o Senado Federal tem a confiança de 14,6%, e 12,5% confiam na Câmara dos Deputados.

As questões sobre Justiça também revelam uma confiança maior no âmbito local.

O Poder Judiciário de um modo geral tem a confiança de 41,8% dos entrevistados, mas o Juizado de Pequenas Causas goza de uma confiança maior, de 71,8%. Já os juízes têm a confiança de 45,5% dos entrevistados, e o Supremo Tribunal Federal, a instância máxima do Poder Judiciário, de 52,7%.

Na pergunta sobre qual tribunal é mais confiável, o Tribunal de Pequenas Causas também aparece em primeiro lugar, com 23,6% das respostas. O STF teve 20,5%, a Justiça do Trabalho 19,2% e a Justiça Eleitoral 10,6%.

A grande maioria dos entrevistados declarou já ter ouvido falar do Tribunal de Contas da União (83,6%) e na Controladoria Geral da União (78,2%), órgãos internos de controle do controle do Poder Público, mas uma parcela significativa (43,6%) não sabe a diferença entre o Ministério Público e o Poder Judiciário.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2007/09/27/ult4904u193.jhtm

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 4

Não suspire agora,

A eternidade de um suspiro a outro

Corre o sussurro de meus desejos em teu corpo

Por mais um suspiro e outro

No seu suspirar acelerado

Procurar os lábios secos de paixão

E matar a sede, em seu corpo rubro

Não amar mais que um minuto

E viver em eterna paixão

No revolto desejo

Não mais de amor caíram

Mais que o primeiro beijo

Mais que uma simples tensão

Foge de mim o desejo

Num ultimo suspiro, a ultima canção.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 3

Beijo-te a boca cálida

Beijo-te a lua nua

Seco-lhe as gotas da chorosa chuva

Não foi a brisa prazerosa

Que trouxeste seu perfume

Foi a noite escura

Que cobria a pele nua

E trouxera seu amar

Se não foste outro amor

Não seria mais verão

Hei de entristecer a primavera

E amar outro verão.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 2

Insensatez eu diria

Acordar contigo em meu peito

Dormindo ainda ao relento

Tão insensato quanto imperfeito

Fazer não por volúpia

Queimar não por prazer

Arder não porque é chama

Cometer pecados, só para viver

Não amas o insensato ao lado

Morrer de amor os insensatos são jurados

Levantar e amar de novo

Cometer o mesmo erro tolo

Não que para amar precise de tato

Apenas para ser mais um insensato

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Serie de poemas "Duas palavras uma estação"

Poema 1

Não existe beijo que sacia os lábios desejosos,

Não existe corpo que sacia o toque quente,

Não existe alma que sacia o coração vazio,

Deslizar-te a mão em sua face pálida,

Tocar os lábios, no seu corpo úmido,

Sentir o tremor, do desejo ardente,

Amor? Mais que o calor

Mais que o desejo

Não existe..

Não existe amor que sacia, eternamente....

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Gerenciamento de Capacidade para aplicação web – Parte 2


Na parte 1 deste artigo, discutimos a respeito de como entender o comportamento dos usuários e modelá-lo em linguagem matemática para um exemplo de aplicação de ponto, porém o princípio é aplicado a qualquer aplicação, e o que será de extrema valia para quando terminarmos de avaliar o desempenho da aplicação bem como o hardware necessário, pois este conhecimento compilado em uma planilha Excel nos permitirá amanha, em alguma eventualidade fazer de traz para frente às perguntas que passarão a ser mais freqüentes durante a vida útil do sistema: se eu aumentar em 1.000 usuários o sistema, mantendo a infra-estrutura atual, qual será a degradação esperada que obteremos no tempo de resposta? Se adicionar um passo extra no processo de ponto, como sensibilizar uma segunda base de dados, qual será o impacto para o usuário final, bem qual seria o investimento em hardware necessário, e onde especificamente deverei investir, para que amortize essa degradação no tempo de resposta.

Breve consideração sobre virtualização

Quando estamos falando de visão de futuro em TI, onde se busca a construção de uma infra-estrutura de TI que seja capaz de responder em tempo real, ou seja, que a área de tecnologia seja capaz de definir acordos flexíveis de SLA com as áreas de negócio da empresa que dependem de sistemas, ie. definir um tempo de resposta no sistema para usuários e clientes, e em caso de uma situação atípica como uma campanha que aumente a demando do sistema, um ataque DDOS ou qualquer outro evento de demande muito mais do sistema de que ele estava inicialmente desenhado, isto é, buscar resilience.

Com as tecnologias correntes e disseminadas, todo o sistema repousa sobre um hardware monolítico, a aplicação usa todos os recursos que aquela máquina disponibiliza, faltando ou sobrando é o que está alocado estaticamente para aquela aplicação o que nos coloca em posição de lidar com alguns dilemas do tipo: se eu considerar o dimensionamento de hardware para a pior situação e que sua ocorrência seja esporádica e previsível, como declaração de imposto de renda, promoção, natal, etc. estaremos subutilizando nossos recursos computacionais fora destes picos de uso, porém as tecnologias de virtualização estão quebrando este paradigma, colocando a disposição a possibilidades de alterar dinamicamente a alocação de recursos de máquina (eg. CPU, Memória, I/O de disco e rede).

Mesmo com a virtualização a nossa disposição ainda nos falta entender como usá-la como uma arma de gerenciamento de forma efetiva. O bom dimensionamento de capacidade é fundamental para poder avaliar como dividir o hardware físico em partições lógicas para bom dimensionamento de capacidade, e a modelagem desta compilada nos permitirá tomar melhores decisões quando precisarmos rever o SLA.

No futuro teremos ferramentas mais completas, que analisará o histórico de desempenho e poderá predizer de forma mais completa e avaliando um conjunto maior de variáveis qual é a situação atual e qual será a conseqüência “se” isso ou aquilo acontecer, para melhor guiar na tomada de decisão de alocação de recursos de TI, como é o caso do System Center Capacity Planner 2006, porém ele hoje está restrito somente ao Microsoft Operations Manager e ao Microsoft Exchange Server, não lida ainda com a sua aplicação LOB que sua empresa desenvolveu.

A abordagem que apresentamos aqui é uma alternativa razoável e viável para fazer este trabalho do “what-if” de forma satisfatória, utilizando os recursos de TI atualmente disponíveis no mercado e que nos aproxima um pouco mais do nível de maturidade de infra-estrutura virtualizada dentro do modelo do Gartner. (este pode ser o tópico de outro post).

Analisando a Aplicação

O segundo ingrediente na analise de capacidade é conhecer o comportamento da aplicação sob carga, o que nos interessa neste teste é saber qual é o consumo de hardware para a execução de uma “transação”, e para isso iremos precisar primeiro eleger qual ferramenta iremos utilizar para tal, e como já era de se esperar, neste caso vou utilizar o WAST (MS Web Application Stress Tool), primeiro porque é simples, didático e gratuito, só por isso  Depois de definidas as ferramentas, vamos montar o laboratório para analisar a aplicação, e para tanto precisaremos somente de um servidor equipado com caracteristicas semelhantes das que será utilizado na produção, ou seja, se a produção estiver com Xeon 5355 por exemplo, use o mesmo no teste de laboratório, essa é uma recomendação que faço, pois nos dias de hoje, não dá mais para fazer uma simples regra de três com o clock para estimar o desempenho, existe o números de núcleos, o compartilhamento de cache entre os núcles e a microarquitetura do processador que influência no desempenho, portanto a opção de usar o mesmo processador será para eliminar essas variáveis de nossa análise e tornar a “equação” mais simples, o mesmo vale para a configuração de discos e memoria suficiente para não ser gargalo.

Depois do laboratório montado, podemos iniciar os testes de carga sobre o sistema usando o WAST (veja tutorial completo), o resultado final será um relatório gerado pelo WAST em que descreve o resultado do ponto de vista do cliente, ie. quantas requisições ao servidor foram feitas e quantas foram atendidas em qual tempo, quantas não foram respondidas, etc. Outra informação importânte para a nossa análise são os impactos desta carga sobre o servidor, principalmente os seguintes índices:

• Web Service: Get Request/sec

• Web Service: Post Request/sec

• System: % Total processor time

• Active Server Pages: Request/sec

É importante afinar o teste de carga para que o número requisições realizadas pelo cliente não tenham como retorno erros como 404, 400 ou 500, pois significa que o cliente não foi atendido e claramente houveram mais requisições das que o servidor poderia atender, mesmo que o servidor web apresente recursos como CPU, I/O de disco e memória em condição confortável, pois muitos dos problemas que já me defrontei nestas condições apenas escondiam problemas de configuração e ajustes para harmonizar todo o sistema, pois por exemplo: na configuração padrão do IIS, ele permite até 25 threads por núcleo, se a aplicação necessita fazer alguma chamada ao banco de dados ou algum componente externo, aquela thread irá ficar alocada enquanto não houver retorno e a “transação” ser concluida, portanto em casos onde você tenha muitas requisições/segundo e uma lentidão para concluir a “transação”, mesmo tendo CPU disponível, não haverá thread para atender requisições e você receberá um ERRO 500: Server Busy, e portanto será ainda necessário fazer ajustes no IIS para garantir que ele esteja otimizado para as caracteristicas da sua aplicação, para isso recomendo a longa leitura do IIS 6.0 Performance and Tuning ou The Art and Science of Web Server Tuning with Internet Information Services 5.0, porém sem dúvida nenhuma será recompensadora.

Concluindo o teste de carga com sucesso e eliminando todos os problemas de ajustes, será necessário interpretar os dados que temos em mãos. Vamos imaginar hipoteticamente, apenas para trabalhar com um exemplo, que ao final do nosso teste obtivemos o seguinte conjunto de dados:

System: % Total processor time: 92% na média durante o periodo de testes, com vários picos de 100%. Isso nos permite concluir de forma razoável que houve esgotamente da CPU;

Active Server Pages: Request/sec: 152, porém para essa aplicação específica, onde é necessário entrar na página, se identificar e selecionar uma ou duas opções antes do POST, requer 8 requisições ASP até completar o processo de “bater o ponto”, portanto temos que é possível neste cenário realizar 19 (152/8) transações por segundo;

Calculando o tempo de resposta

O Teorema Little (LT) define que podemos calcular a capacidade de atender a requisições em uma rede como a razão entre a taxa de requisições sobre a taxa de requisições que podem ser processadas. Se o sistema chega a um ponto onde a razão se torna maior que 1, então nós excedemos a capacidade de atender mais requisições, portanto ou perderemos a requisições (Erro 500) ou teremos que enfileirá-la para ser atendida em algum momento. Portanto podemos com isso definir em que ponto o nosso sistema irá falhar. Se definirmos algum enfileiramento , a razão poderá exceder até o ponto onde houver cache para aceitar requisições, e eventualmente essa razão voltar a ficar abaixo de 1 por tempo suficiente para liberar o cache. Se na média durante o tempo essa taxa exceder a 1, o sistema irá começar a recusar requisições.

A figura abaixo determina o número de requisições que podem ser mantidas na fila e o tempo que uma requisição precisará esperar para ser atendida

Figura_LT.jpg

Aplicação do LT (λ=taxa de requisição de Poisson, μ=capacidade de processamento de requisições, p=λ/μ ).

É neste ponto onde a probabilidade de Poisson se torna realmente útil. Podemos selecionar a taxa de requisições baseado na probabilidade de multiplos usuários acessarem o sistema simultaneamente, onde só com a média de requisições que encontramos com a curva de Gauss, porém não nos dava o pior caso que é exatamente o que procuramos. Agora podemos prever não só a média de requisições que podemos atender bem como tempo máximo que o usuário precisará esperar para que a requisições seja atendida.

Definindo o Ambiente:

Chegando a esse ponto já temos bastante informação a respeito de como funciona o sistema e como ele se comporta sob carga, portando concluimos a seguinte tabela e seu gráfico correspondente:

Figura1_LT.jpg

Sabemos ainda que pela probabilidade de Poisson, termos 19 usuários simultaneos requisitando o registro de ponto é de 1x10^-14 em termos percentuais, portanto acho que podemos considerar “pouco provável” :) Infelizmente o nosso trabalho muitas vezes não pára por aqui, pois se for necessário dimensionar o sistema para um número maior de usuários, por exemplo, será ainda necessário nos testes de carga determinar se o sistema consegue escalar linearmente com o aumento de processadores/máquinas, o que normalmente ocorre com aplicações stateless, ou se haverá penalidades, o que pode ocorrer em situações onde você tem um banco de dados ou um componentes que represente um gargalo na transação.

Bem… gerenciamento de capacidade é uma tarefa contínua e não existe regras fixas, mas sim boas práticas, das quais procurei nestes dois posts do blog compartilhar um pouco com vocês.


Texto retirado de: http://blogs.intel.com/brasildigital/2007/09/gerenciamento_de_capacidade_pa_1.html

Gerenciamento de Capacidade para aplicação web – Parte 1


comentado por Bruno Domingues em agosto 3, 2007

Depois de algum tempo resistindo a criar um blog, eu me rendi a essa oportunidade de escrever aqui no blog da Intel em nossa língua pátria. Meu nome é Bruno Domingues, tenho 28 anos, moro em Brasília e trabalho no segmento de governo da Intel, como Especialista de Soluções. Trago uma experiência de 8 anos em função similar na Microsoft, portanto esperem muitos exemplos e comentários nesta plataforma, pelo menos até perder o “vício”.

Vou procurar postar aqui tanto os meus comentários a respeito de notícias, tecnologia e links que eu julgar interessante, sempre do meu ponto de vista, que algumas vezes pode não ser o ponto de vista da Intel, afinal este é um blog. Tenho especial interesse em arquitetura e governança de TI, virtualização, gerenciamento de capacidade/avaliação de desempenho e segurança de forma geral.

Comentários são sempre bem vindos, e pelo fato de estar quase sempre conectado não se assustem se eu responder rapidamente.

Após minha apresentação como preâmbulo, vamos ao que nos interessa: gerenciamento de capacidade para aplicações web.

A arte de estimar a infra-estrutura necessária para uma dada aplicação web pode ser uma tarefa ardilosa se você tem o orçamento restrito, precisa acertar na primeira vez e sua empresa tem grandes expectativas no sucesso do empreendimento, sem muita margem de manobra para qual configuração apostar.

Os primeiros passos a serem dados nesta direção serão conhecer o comportamento dos seus usuários, ou pelo menos tentar predizê-lo, e também conhecer sua aplicação, ie. funcionamento, consumo de recursos computacionais, tempo de resposta, comportamento em sessões concorrentes etc…

Conhecendo o seu usuário:

O primeiro passo para um bom planejamento de capacidade, começa em conhecer bem o seu usuário, quando ele acessa o seu sistema, por quanto tempo ele permanece interagindo com a aplicação bem como ele interage e, mais importante de tudo, qual o tempo de resposta que ele espera.

Para ser didático, vamos trabalhar com o exemplo de uma aplicação de ponto, onde cada funcionário da sua empresa irá precisar efetuar logon na aplicação e dar aceite no horário que estará sendo apresentado na aplicação, porém neste momento vamos abstrair um pouco os detalhes da aplicação e vamos nos concentrar nos usuários.

Pelo fato da aplicação ser um sistema de ponto, é de se esperar que os usuários tenham seus picos de utilização no inicio da manhã quando estão chegando ao trabalho, no período de almoço e ao final do dia. Vamos aqui a título de ilustração assumir que a empresa tenha 5.000 funcionários e que obviamente nem todos efetuam logon ao mesmo tempo em suas estações de trabalho, pois sempre há os atrasados, aqueles que chegam mais cedo por deixarem primeiro os filhos na escola, tem o tempo do elevador, do café e de estacionar o carro, o que faz com que tenhamos uma distribuição no tempo do acesso destes usuários ao sistema, o que nos faz pelo bom senso desprezar a pior das situações, que seria 5.000 usuários acessando ao mesmo tempo o sistema, porém se a pior situação não é ter 5.000 usuários pendurados ao mesmo tempo no sistema, qual seria o razoável?

Para responder a essa pergunta pode-se estimar o pico de acesso dos usuários usando a curva Gauss, pois é um modelo que parece aderir bem à natureza do problema e dai já é o ponto de partida para criar o jogo de “what-if”.

A figura 1 representa o gráfico de uma razoável predição do comportamento de hits no sistema em um dia útil, e permite facilmente deduzir porque usar a curva de Gauss para modelar a carga no site web.

Figura 1 – Carga no web site

Embora o conjunto de dados levantados me traga os dados em horas, o que realmente importa aqui é quanto tempo o usuário precisará esperar para o servidor responder, ou pela lógica reversa, qual será o hardware necessário para que o usuário tenha resposta em até um tempo limite, considerado máximo (assumindo que não há otimizações a serem realizadas na aplicação), portanto é preciso calcular o número de hits/segundo no pico da nossa curva.

Para tal, vejamos a figura 2 que representa a equação da curva de Gauss. A variável y representa o número de usuários em um determinado momento e σ é o desvio padrão. Para aqueles que não têm dedicado muito tempo a estatística ou já não se recordam muito a este respeito, o desvio padrão representa a distância do centro da curva que contém 68% dos elementos do conjunto. Em se movendo três vezes o desvio padrão do centro da curva, 99,7% dos elementos estarão cobertos. O símbolo µ é a localização do centro da curva ou a média. x representa o número de elementos a direita ou esquerda da média.

Figura 2 – Equação da curva de Gauss (σ = desvio padrão, µ = média aritmética)

A curva de Gauss precisa agora estar aderente a nossa estimativa, para tanto é necessário multiplicar a unidade da curva pelas requisições estimadas, e ainda deve-se trabalhar o desvio padrão para obter maior aderência ao conjunto de dados. O resultado final, portanto é a freqüência de usuários por segundo no ponto médio da curva, conforme apresentado na figura 3, onde usei uma planilha eletrônica para realizar tais manipulações estatísticas.

Figura 3 – Manipulação Estatística (GAUSS)

Olhando para o sistema de ponto com mais critério, parece muito ingênuo pensar que uma empresa com 5.000 funcionários de fato tenha em algum dia do ano 5.000 funcionários trabalhando num dado dia, pois existem as férias, licença-médica, maternidade, treinamento, viagem de negócio, trabalho externo etc. portanto vamos adotar de forma “heurística” um ponto de corte conservador, imaginemos 80% dos contribuintes da empresa, ie. 4.000 funcionários, que seria neste caso pior cenário. Mas, para se chegar a estimativa de usuários simultâneos acessando o sistema, iremos recorrer a outra ferramenta de probabilidade e estatística: a distribuição de Poisson.

Poisson é um dos métodos para modelar o uso. A teoria por trás da probabilidade de Poisson é que as requisições ao sistema obedecem a uma curva exponencial para solicitações simultânea de outros usuários. Usando a média, que encontramos na curva de Gauss (1,22 usuários/segundo em média) há uma alta probabilidade que 0, 1, 2 e 3 usuários acessem o sistema simultaneamente com o período de tempo escolhido, porém a probabilidade de seis ou mais usuários acessando o sistema simultaneamente cai drasticamente, conforme figura 4.

Figura 4 – Distribuição de probabilidade de Poisson

Figura 5 – Equação de Poisson (µ=taxa por unidade de tempo, x=0,1,2,...)

Na figura 5, µ é a média do número de usuários requisitando acesso ao site por unidade de tempo. Este número é derivado da fórmula de Gauss. O termo x se refere ao número de usuários entrando no sistema no período.

Podemos utilizar uma planilha eletrônica comum novamente para nos prover a distribuição de Poisson não cumulativa, conforme apresentado na figura 6.

Figura 6 - Manipulação Estatística (POISSON)

Agora que chegamos a estimativa da razão de acesso, que modela em primeiro nível o lado dos usuários, devemos prestar atenção agora para o lado do servidor, ie. aplicação e hardware para completar o tripé que dão base a qualquer gerenciamento de capacidade, porém este será o tema da parte 2 deste assunto.

Texto retirado: http://blogs.intel.com/brasildigital/2007/08/gerenciamento_de_capacidade_pa.html




quarta-feira, 25 de abril de 2007

Google é marca mais valiosa do mundo, indica pesquisa da Folha Online



O Google se tornou a marca mais cara do mundo em 2006, avaliada em US$ 66,3 bilhões, segundo o ranking BrandZ. A pesquisa, feita em parceria com o jornal "Financial Times", foi publicado nesta segunda-feira (23) pela empresa de consultoria Millward Brown

De acordo com o levantamento, gigante de buscas aumentou o valor de sua marca em 77% no último ano, desbancando a General Electric (GE), cujo valor foi estimado em US$ 61,8 bilhões; a Microsoft, com US$ 54,9 bilhões, e a Coca-Cola, avaliada em US$ 44,1 bilhões, aparecem na seqüência.


Segundo a consultoria que elabora o ranking, o valor das cem empresas da lista em 2006 cresceu 10,6% na comparação com 2005, indo de US$ 1,44 trilhão para US$ 1,6 trilhão.

O relatório aponta outra dado interessante: que os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) está puxando o crescimento das grandes marcas mundiais. Segundo o levantamento, marcas como McDonald's, Levi's, Nike e Zara ganham dinheiro com o aumento da renda das grandes nações em desenvolvimento.

Os criadores do Google, que registraram o domínio google.com em setembro de 1997, conseguiram em menos de uma década estabelecer uma marca com um valor superior ao do refrigerante mais bebido do mundo, a Coca-Cola, da cadeia de fast-food McDonald's e da marca de carros de luxo BMW.

A pesquisa, além de levar em conta informações financeiras, considera a opinião de mais de um milhão de usuários. Confira abaixo quem ocupa as 20 primeiras posições:

1 - Google (US$ 66,434 bilhões)
2 - GE (US$ 61,880 bilhões)
3 - Microsoft (US$ 54,951 bilhões)
4 - Coca-Cola (US$ 44,134 bilhões)
5 - China Mobile (US$ 41,214 bilhões)
6 - Marlboro (US$ 39,166 bilhões)
7 - Wal-Mart (US$ 36,880 bilhões)
8 - Citi (US$ 33,706 bilhões)
9 - IBM (US$ 33,572 bilhões)
10 - Toyota (US$ 33,427 bilhões)
11 - McDonald's (US$ 33,138 bilhões)
12 - Nokia (US$ 31,670 bilhões)
13 - Bank of America (US$ 28,767 bilhões)
14 - BMW (US$ 25,751 bilhões)
15 - HP (US$ 24,987 bilhões)
16 - Apple (US$ 24,728 bilhões)
17 - UPS (US$ 24,580)
18 - Wells Fargo (US$ 24,284 bilhões)
19 - American Express (US$ 23,113 bilhões)
20 - Louis Vuitton (US$ 22,686 bilhões)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Suporte de Usuarios

De acordo com algumas literaturas, a função do setor de TI é a prestação de Serviço seja dentro de uma empresa ou para um cliente. Todos esperam um serviço desse setor, cuja area implementa vários módulos como em qualquer setor de uma empresa, um deles é o setor de Suporte.

O Suporte é uma das peças criticas do setor. Ele lida diariamente com seu cliente, portanto um erro nesse setor pode influenciar toda a relação da empresa fornecedora de serviço com seu cliente.

Ha dois meios de se trabalhar no suporte: pró - ativamente ou defensivamente, resumindo, o suporte pró-ativo atende o cliente e continua seu trabalho no sentido de prevenir o surgimento de novos problemas; o suporte defensivo é que espera seu cliente chamá-lo para atendê-lo fazendo com que ele foque seu ponto naquele problema especifico.

Independente do modelo de atendimento, o suporte tem que atender as necessidades do cliente, que basicamente são:

- Atendimento Rápido
- Qualidade de atendimento
- Atendimento Eficaz

Não abordarei os tipos de atendimento nesse texto, deixarei para um próximo, pois é um assunto um pouco extenso.

A equipe de suporte precisa conhecer os tipos de clientes, para atendê-los da melhor forma, e para que eles não comecem a achar que o produto tem problemas demais, pois o cliente tende a achar que nunca estar errado. Esse é um dos tipos de clientes que vou descrever a seguir de acordo com o perfil de clientes traçado por Castro Filho (2003 p.58-62).

Usuário Terrorista

Ele nunca esta satisfeito com nada, a culpa é sempre do sistema. Não satisfeito em criticar negativamente o setor, ele espalha para o resto da companhia que tudo que atrasa o serviço na empresa é a informática. Sempre expondo o setor ao ridículo, e fazendo piadinhas, fica minando a credibilidade do setor perante aos outros usuários. O melhor jeito de lidar com um usuário terrorista é expô-lo aos seus companheiros, mostrando que o que ele está afirmando não é verdade. Ele não se adequa ao sistema e coloca suas falhas como culpa da área de TI. Agir com esse usuário da forma anteriormente citada convence o usuário ir mudando de atitude aos poucos.

Usuário Problema

Tudo para ele é um problema, ele reclama desde o atendimento que não é rápido suficiente até o erro da palavra que não foi corrigida pelo Word. Diferente do terrorista, ele não fala mal do setor mas sempre diz que tem algum problema. A melhor maneira de se lidar com este usuário, é atendê-lo de acordo e mostrar de forma didática que nem todos os problemas são do sistema e sim do mau uso dele e da falta de treinamento dos funcionários.

Usuário Neutro

Ele nunca está certo do problema, não critica o sistema, mas também não faz elogios e não participa ou agrega ao setor. O melhor jeito de interagir com esse usuário, é trazê-lo para o nosso lado, mostrar o funcionamento do sistema para que ele tenha idéias e que ajude no desenvolvimento do sistema. Sanar suas duvidas não é o suficiente, ele deve se sentir parte da equipe.

Usuário Mente Aberta

Ele está sempre aberto às novidades do setor, e entende o processo de evolução do sistema. É criativo, gosta de interagir com o setor, fornece idéias e participa ativamente quase como se fosse da equipe. Este usuário merece ter uma atenção especial, ele tem um grande potencial, pode ajudar no setor e fazer com que ele agregue valor a TI. Ele já tem afinidade com o setor e pode ser um grande aliado quando a TI for responsabilizada por algum erro não cometido.

Usuário Fã

Usuário fã é aquele que nunca discorda das decisões tomadas pelo setor de TI, apóia todos os procedimentos, incentiva a criação de novos sistemas. Defende sempre a TI, mesmo ela estando errada. É um usuário que deve bem cuidado.

Usuário Dependente

Esse é um tipo usuário não citado pela bibliografia mas que achamos importante incluir pois foi identificado em pesquisas mais recentes. O usuário dependente é um usuário comum: ele é bem atendido, e de tão bem atendido ele acaba criando dependência do setor. Para fazer qualquer coisa desde mudar a posição do monitor a fechar um programa, ou uma pagina na internet com falhas, ele se dirige ao setor para pedir para o suporte fazer por ele. Quando não atendido ele fica contrariado, pois primeiramente foi atendido como se fosse uma criança, e agora ele é atendido como um profissional. O melhor jeito de lidar com esse usuário é aos poucos desacostumá-lo do atendimento “Mãe – Filho”. Ele tem toda a capacidade de resolver problemas corriqueiros sozinho, o suporte é para auxiliá-lo não para fazer por ele.

Estes são, em resumo, os perfis de usuários mais comuns em empresas de qualquer porte. Não é difícil encontrá-los, traçar o perfil do usuário de sua empresa facilita não só o atendimento a ele, como agiliza os processos do setor de TI e suporte.

Saber lidar com seu usuário é saber lidar com sua empresa.

By David M. Garcia

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Quem somos nós?



Quanto mais se estuda a física quântica, mais misteriosa e fantástica ela se torna. A física quântica, falando de uma maneira bem simples, é uma física de possibilidades. São questões pertinentes de como o mundo se sente com relação a nós. Se existe uma diferença entre o modo do mundo nos sentir e como ele realmente é. Já parou para pensar do que os pensamentos são feitos?

Todas as épocas e gerações têm suas próprias suposições: O mundo é plano, o mundo é redondo, etc. Existem centenas de suposições que acreditamos ser verdadeiras, mas que podem ou não ser verdadeiras. Claro que historicamente, na maioria dos casos não eram verdadeiras. Se tomarmos a história como guia, podemos presumir que muitas coisas em que acreditamos sobre o mundo podem ser falsas. Estamos presos à certos preceitos sem saber disso.

É um paradoxo

O materialismo moderno tira das pessoas a necessidade de se sentirem responsáveis, assim como a religião! Mas eu acho que se você levar a mecânica quântica a sério, verá que ela coloca a responsabilidade nas nossas mãos e não dá respostas claras e reconfortantes. Ela só diz que o mundo é muito grande e cheio de mistérios.

O mecanismo não é a resposta, mas não vou dizer qual é, pois vocês têm idade suficiente para tomarem suas decisões.

Por que continuamos recriando a mesma realidade?
Por que continuamos tendo os mesmos relacionamentos?
Por que continuamos tendo os mesmos empregos repetidamente?
Nesse mar infinito de possibilidades que existem à nossa volta, por que continuamos recriando as mesmas realidades?
Não é incrível existirem opções e potenciais que desconhecemos?
É possível estarmos tão condicionados à nossa rotina, tão condicionados à forma como criam nossas vidas, que compramos a idéia de que não temos controle algum?

Fomos condicionados a crer que o mundo externo é mais real que o interno. Na ciência moderna é justamente o contrário. Ela diz que o que acontece dentro de nós é que vai criar o que acontece fora. Existe uma realidade física que é absolutamente sólida, mas só começa a existir quando colide com outro pedaço de realidade física. Esse outro pedaço pode ser a gente, claro que somos parte desse momento, mas não precisa necessariamente ser. Pode ser uma pedra que venha voando e interaja com toda essa bagunça, provocando um estado particular de existência.

Filósofos no passado diziam: "Se eu chutar uma pedra e machucar meu dedo, é real. Estou sentindo, é vívido." Quer dizer que é a realidade. Mas não passa de uma experiência, e é a percepção dessa pessoa do que é real.

Experimentos científicos nos mostram que se conectarmos o cérebro de um pessoa a computadores e scanners e pedirmos para olharem para determinados objetos, podemos ver que certas partes do cérebro sendo ativadas. Se pedirmos para fecharem os olhos e imaginarem o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se ativarão, como se estivessem vendo os objetos. Então os cientistas se perguntam: quem vê os objetos, o cérebro ou os olhos? O que é a realidade? É o que vemos com nosso cérebro? Ou é o que vemos com nossos olhos?
A verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê no ambiente e o que se lembra, pois os mesmos neurônios são ativados.

Então devemos nos questionar, o que é realidade?

Somos bombardeados por grandes quantidades de informação que, quando entram no seu corpo, são processadas pelos seus órgãos sensoriais, e a cada passo partes da informação vão sendo descartadas. O que finalmente chega na consciência é o que serve mais à pessoa. O cérebro processa 400 bilhões de bits de informação por segundo, mas só tomamos conhecimento de 2.000 bits. E esses 2.000 bits são sobre o que está ao nosso redor, nosso corpo e o tempo.
Vivemos em um mundo onde só enxergamos a ponta do iceberg. Isso significa que a realidade está acontecendo a todo momento no cérebro, mas nós não a absorvemos. Os olhos são como lentes, mas o que realmente está enxergando é a parte de trás do cérebro. É o córtex visual, igual a essa câmera.

Você sabia que o cérebro imprime o que ele vê?

Por exemplo: essa câmera de vídeo está vendo muito mais ao meu redor do que o que está aqui, porque ela não faz objeções ou julgamentos. O filme que está passando no cérebro é do que temos habilidade para ver. É possível que nosso olhos, nossa câmera, enxergue mais do que o nosso cérebro tenha a habilidade de conscientemente projetar? Do jeito que nosso cérebro funciona, só conseguimos ver o que acreditamos ser possível.

Os padrões de associação já existem dentro de nós através de um condicionamento

Uma história incrível, que acredito ser verdadeira, conta que quando os índios americanos nas ilhas caribenhas viram as naus de Colombo se aproximarem, na verdade eles não conseguiam ver nada, pois não eram parecidas com nada que tivessem visto antes. Quando Colombo chegou no Caribe, nenhum nativo conseguia enxergar os navios, mesmo estando eles no horizonte. A razão de não verem os navios era porque não tinham conhecimento. Seus cérebros não tinham experiência de que os navios existiam.

O shamã começa a notar ondulações no Oceano. Mesmo não vendo os navios, imagina o que está causando aquilo. Então ele começa a olhar todos os dias e depois de um certo tempo, ele consegue ver os navios. E quando ele enxerga os navios, conta para todos que existem navios lá. Como todos confiavam e acreditavam nele, também conseguem enxergar.

Nós criamos a realidade, mas criamos máquinas que produzem realidade que afetam a realidade o tempo todo. Sempre perseguimos algo refletido no espelho da memória. Se estamos ou não vivendo em um grande mundo virtual, é uma pergunta sem uma boa resposta, é um grande problema filosófico. E temos que lidar com ele conforme o que a ciência diz do nosso mundo.

Como somos sempre observadores na ciência, ficamos limitados ao que o cérebro humano capta. É a única forma de vermos e percebermos as coisas que fazemos. Então é possível que isso tudo seja uma grande ilusão da qual não conseguimos sair para ver a verdadeira realidade.

Seu cérebro não sabe distinguir o que está acontecendo lá fora do que acontece aqui dentro. Não existe o "lá fora" independente do que está acontecendo aqui.

Inicialmente vamos falar do mundo sub-atômico, e depois do que nos falam ser a realidade. A primeira coisa é que o mundo sub-atômico é uma fantasia criada por físicos loucos que tentam entender o que diabos acontece quando fazem pequenas experiências com grandes energias em pequenos espaços e em curtos espaços de tempo. As coisas ficam bem inexplicáveis. A física sub-atômica foi inventada para tentar desvendar tudo isso.

A nova ciência - chamada física quântica - é sujeita a todo tipo de hipóteses, pensamentos, sentimentos, intuições, para se descobrir o que diabos está acontecendo.

A matéria não é o que pensávamos ser

Os cientistas viam a matéria como algo estático e previsível. As partículas ocupam um espaço insignificante nas moléculas e átomos. São partículas fundamentais. O resto é o vácuo. Parece que essas partículas aparecem e desaparecem o tempo todo. Para onde vão quando não estão aqui?

Essa pergunta é complicada. Vou dar duas respostas:

Nº 1: Vão para universos alternativos, onde as pessoas fazem a mesma pergunta quando elas somem e vêm pra cá: "Para onde elas foram?"

A outra envolve o grande mistério da direção do tempo. De uma certa forma, as nossas leis fundamentais da física não fazem distinção entre passado e futuro. Temos um quebra-cabeça do ponto de vista das leis da física. Por que nós somos capazes de lembrar do passado, e não temos o mesmo acesso epistemológico ao futuro?

Por que devemos pensar que nossas ações no presente afetam o futuro mas não o passado?

O fato de termos um diferente acesso epistemológico para o passado e futuro, o controle que nossas ações têm sobre o futuro mas não sobre o passado, tudo isso é tão fundamental para o modo como sentimos o mundo, que não termos curiosidade sobre isso é quase o mesmo que estarmos mortos!




A maior parte dessa bola está vazia

Na verdade a maior parte do universo está vazia. Gostamos de imaginar o espaço vazio e a matéria sólida, mas, na verdade, não tem nada na matéria, ela não possui substância! Veja um átomo. Pensamos que é uma bola sólida. Mas na verdade é esse pontinho pequeno com matéria densa no centro, cercado por uma nuvem de elétrons que aparecem e desaparecem. Mas acontece que tal descrição também não está correta. Até o núcleo, que pensávamos ser tão denso, aparece e desaparece assim como os elétrons. A coisa mais sólida que pode existir nessa matéria desprovida de substância é um pensamento, um bit de informação concentrada. O que faz as coisas são idéias, conceitos e informação.

Você nunca toca em nada. Os elétrons criam uma carga que afasta os outros elétrons antes do toque.

Ninguém toca em nada
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Cabe aqui um parêntese para que o leitor entenda melhor os pilares da física quântica. Por isso, reproduzo parte do livro Percepção e Consciência:

"Os elementos atômicos, a luz e outras formas eletromagnéticas têm um comportamento dual - ora se comportam como se fossem constituídos por partículas, ora agem como se fossem ondas que se expandem em todas as direções. E, ainda mais estranho, a natureza do comportamento observado era estabelecida pela expectativa expressa no experimento a que estavam sujeitos: onde se esperava encontrar partículas, lá estavam elas, da mesma forma como ocorria onde se esperava encontrar a onda. Era como se o esperado se refletisse na experiência. Como se poderia conciliar o fato de que uma coisa podia ser duas ao mesmo tempo, e como manter a objetividade se o tipo de experimento, e conseqüentemente a expectativa do esperado, pareciam determinar um ou outro comportamento experimental? A solução foi dada por Niels Bohr ao elaborar o princípio da complementaridade. Ele estabelece que, embora mutuamente excludentes num dado instante, os dois comportamentos são igualmente necessários para a compreensão e a descrição dos fenômenos atômicos. O paradoxo é necessário. Ele aceita a discrepância lógica entre os dois aspectos extremos, mas igualmente complemetares para uma descrição exaustiva de um fenômeno. No domínio do quantum não se pode ter uma objetividade completa...

Ruiu, assim, mais um pilar newtoniano-cartesiano, o mais básico, talvez: não se pode mais crer num universo determinístico, mecânico, no sentido clássico do termo. A nível subatômico não podemos afirmar que exista matéria em lugares definidos do espaço, mas que existem 'tendências a existir', e os eventos têm 'tendências a ocorrer'. É este o Princípio da Incerteza de Heisenberg."
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Uma partícula, que pensamos ser algo sólido, existe no que chamamos de superposição, espalhando uma onda de possíveis localizações, todas ao mesmo tempo. E quando você olha, ela passa a estar em apenas uma das possíveis posições.

O mundo tem várias formas de realidade em potencial, até você escolher a que quer. Pode-se estar em muitos lugares ao mesmo tempo, experimentando várias possibilidades, até elas convergirem para apenas uma.

Como um objeto pode ter dois estados ao mesmo tempo?

Em vez de pensarmos nas coisas como possibilidades, temos o hábito de pensar que as coisas que nos cercam já são objetos que existem sem a minha contribuição, sem a minha escolha. Você precisa banir essa forma de pensar; tem que reconhecer que até o mundo material que nos cerca - as cadeiras, as mesas, as salas, os tapetes - não são nada além de possíveis movimentos da consciência. E eu estou escolhendo momentos nesses movimentos para manifestar minha experiência atual. É algo radical que precisamos compreender, mas é muito difícil, pois achamos que o mundo já existe independente da minha experiência.

Mas não é assim, e a física quântica é bem clara.

O próprio Eisenberg, depois da descoberta da física quântica, disse que os átomos não são objetos, são tendências. Em vez de pensar em objetos, você deve pensar em possibilidades.

Tudo é possibilidade subconscientemente!

Agora você pode ver em inúmeros laboratórios pelos EUA objetos que são suficientemente grandes para serem vistos a olho nu, e que estão em dois lugares simultaneamente. Pode-se até tirar uma foto disto. Suponho que se você mostrasse essa foto, as pessoas diriam "Legal, posso ver essa luz colorida, um pouco ali, um pouco aqui... é a foto de dois pontinhos, o que tem demais? Estou vendo duas coisas."

Não! É uma coisa só, em dois lugares ao mesmo tempo!

Acho que as pessoas não se impressionariam, pois acho que elas não acreditam. Não que digam que sou mentiroso, ou que os cientistas estão confusos. Acho que é tão misterioso que não dá para compreender o quão fantástico é. Todos viram Jornada nas Estrelas e o tele-transporte, então se perguntam "Mas e daí, o que isso quer dizer?" Mas temos que parar e pensar no que isso realmente significa. É o mesmo objeto e ele está em dois lugares ao mesmo tempo!

As pessoas trabalham, se aborrecem, almoçam, vão para casa e vivem a vida como se nada de especial estivesse acontecendo, pois é assim que se acostumaram; mas existe essa incrível mágica bem na sua frente.

A física quântica calcula apenas possibilidades.

Mas se aceitarmos isso, a questão passa a ser: que escolha temos que fazer dentre as possibilidades para iniciarmos o evento da experiência? Então vemos diretamente que a consciência tem que estar envolvida.

O observador não pode ser ignorado

Sabemos o que um observador faz no ponto de vista da física quântica, mas não sabemos quem e o que o observador é na verdade.

Temos tentado encontrar uma resposta.

Entramos na mente, usando todos os recursos que temos para acharmos algo que possa ser o observador. Mas não achamos nada no cérebro. Nada na região do córtex. Nada no subcórtex. Não identificamos um observador lá. Mas mesmo assim temos a sensação de sermos tais observadores, observando o mundo lá fora.

Seria esse o observador?

E por que é tão complicado entender esse mundo louco e estranho de partículas quânticas e o modo como reagem?

Esse seria então o observador?

Para mim o observador é o espírito que está dentro da nossa roupa biológica. É como o "fantasma na máquina". É a consciência que está dirigindo o veículo e observando os arredores. São uma camada interior da nossa roupa biológica, dotada de todos os tipos de sistemas para captarem assinaturas ao seu redor.


Washington D.C.

Chamada de "a capital do mundo em assassinatos", essa cidade recebeu um grande experimento no verão de 1993. Quatro mil voluntários vieram de 100 países para uma meditação coletiva durante longos períodos do dia. Segundo o FBI, isso faria com que os crimes violentos caíssem em 25% naquele verão em Washington. O chefe de polícia foi à televisão dizer que o crime só diminuiria em 25% se "nevasse no verão".

No final a polícia se tornou colaboradora e autora desse estudo, pois o resultado foi uma queda de 25% nos crimes em Washington.

Isto poderia ser previsto com base em 48 estudos anteriores que já haviam sido feitos em menor escala. É algo que nos leva a imaginar que as pessoas estão afetando a realidade que vemos.

Muitas pessoas não afetam a realidade de forma consistente porque não acreditam que possam. Elas escrevem uma intenção e depois a apagam, pois acham que é tolice.

"Não consigo fazer isso"

Escrevem de novo e apagam. Isso tem um efeito muito pequeno, pois elas não acreditam que possam fazer isso.

Se você acreditar com todo seu ser que pode andar sobre a água, isso acontecerá.

É como pensamento positivo, que é um conceito maravilhoso. Mas geralmente temos uma névoa de pensamento positivo, cobrindo uma enorme massa de pensamento negativo.

Pensar positivo apenas disfarça o nosso pensamento negativo.

Quando pensamos em objetos, tornamos a realidade mais completa do que realmente ela é. É aí que você fica preso. Ficamos presos na uniformidade da realidade, pois se ela é completa eu sou insignificante, não posso alterá-la. Mas, se a realidade é minha possibilidade - possibilidade da própria consciência - imediatamente perguntamos como podemos alterá-la, torná-la melhor, mais alegre.

É uma extensão da nossa imagem.

Nos pensamentos antigos, não podíamos mudar nada, pois não tínhamos papel na realidade. Ela já estava lá, feita de objetos que se moviam de acordo com leis. A matemática determinava como reagiriam em determinada situação. Nós não tínhamos papel algum.

Na nova visão a matemática nos mostra as possibilidades das reações que os objetos podem ter, mas não nos dá a experiência real que teremos na consciência.

Eu que escolho tal experiência: Dessa forma eu crio minha própria realidade.

Pode parecer uma afirmação bombástica de alguém sem nenhum conhecimento de física, mas a física quântica está nos dizendo isto. Existem literalmente diferentes mundos onde vivemos. Há o mundo microscópico que vemos, o mundo das nossas células, o mundo dos nossos átomos... Eles possuem sua própria linguagem, sua própria matemática. E não são apenas pequenos. Cada um é totalmente diferente, mas se complementam, pois eu sou meus átomos, mas também sou minhas células. A minha fisiologia microscópica é verdadeira, só que em diferentes níveis. O nível de verdade mais profundo, descoberto pela ciência e filosofia, é a verdade fundamental da unidade.

No nível subnuclear mais profundo da nossa realidade, você e eu somos um só.

Fonte:http://www.saindodamatrix.com.br/

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Ternura


Vinicius de Moraes


Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
[ extático da aurora.


Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.