terça-feira, 26 de junho de 2012

Vinte e Nove

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
Já que você não me quer mais
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez

Prenuncio do Ser


E de tudo fez se o nada
E do olhar se fez o pranto
Nem por instante eu pensava
Que poderia doer tanto

E da flor não se fez primavera
E do sol não se fez verão
Nenhum dia será o que era
E o amanhã será em vão

E o vazio que se preenche com palavras
É o mesmo que escorre nessas linhas
É a simples ausência do todo
É toda falta de rima

E dos simples versos que escrevo
Que não fazem sentido algum
É do sentido que não vejo
Que não se faz os versos comuns

Então morre proscrito e moribundo
O poeta recluso
O poema confuso
O que fala de nada
E o que fala de tudo

terça-feira, 29 de maio de 2012

Prenuncio do ser


Não sei

Não sei de onde viemos
Não sei para onde vamos
Nascemos sem saber
E só resta o por quê?
Não sabemos o que é amor
Não sabemos o que é amar
Não sabemos o que é felicidade
Nem sabemos o que é dor
Por quê?
Não sabemos olhar
Não sabemos escutar
Não sabemos falar
Nem sabemos tocar
Por quê?
Não sabemos o que é prazer
Não sabemos o que fazer
Não sabemos o que ler
Não sabemos o que procurar
E só há uma resposta para tudo isso.

Eu não sabia o que escrever.

domingo, 11 de março de 2012

Composição do Verão

Sinto saudades daquela tarde
A mesma tarde que passa devagar
A mesma que ainda arde
No calor que passa essa tarde

Há se ainda houvesse seu perfume
Naquela passageira tarde
Onde via o sol se por sob sua pele
E o nascer da noite em seus olhos

Sobrou apenas a brisa quente
Aquela que amolece a gente
Que faz adormecer derrepente
Do calor do final da tarde

Sinto saudades
Daquela que arde
De você e do seu calor
No final de toda tarde...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Composição do Verão

Brindemos o belo
A tudo que brilha
Saudemos tudo que reluz aos olhos

E como todo metal brilhante
Como toda pedra preciosa
Passemos o tempo a admirar
A cegar nossos olhos

Pois o tempo o maior inimigo do belo
Não falha em sua proeza
Enferruja o metal
Desgasta a pedra

Pois a beleza morta e fria
Acaba em pó
Belo é o que é vivo
Assim como madeira

Que fica mais bela com o tempo

Sem nexo, anexo e complexo

Poque te quero?
Te quero porque..
Então te quero
Mais por não ter

Porque te tenho?
E tenho porque...
Querer então
Mais porque?

Então quero
Porque te tenho?
Ou tenho
Porque te quero


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Composição do Verão

Silêncio a dois

Olho-te nos olhos
E somente a respiração permanece
Como se desse o ritmo
Do silêncio a dois

No silêncio tudo transborda
Enquanto a boca emudece
Olhos gritam
A pele fala

No silêncio
Os lábios gemem
E a respiração aumenta
Dando o ritmo

Nesse momento que o silêncio abraça
Espreme a alma
Os corpos
E a beleza do som das emoções

Adormecidos no silêncio a dois....

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Composição do Verão

O que procura o teu olhar?
Aquele que vaga ao longe
Aquele que os pensamentos somem
O que procura seu olhar?

O que esconde seus olhos
Onde por baixo dos véus do seu pensar
Algumas emoções saltam
Outras fingem se apagar

O que me importa são seus olhos
E os meus a procurar
Quando cruzam com seus olhos
Não precisam se falar...