domingo, 30 de outubro de 2011

Sete momentos do silêncio

O som

Eis o herói de toda saga
Aquele que desvenda o mistério
Aquele que destrói o vilão

Segue vitorioso para seu altar de gloria
E todos aplaudem com emoção
Salve o bravo
Vivas ao eleito

Aquele que ajuda os desalentos
O que liberta os esquecidos
O que protege os fracos

Eis o SOM,
Para quebrar o silencio
Sepulcral e obscuro
Senhor da prisão do canto
E das palavras que aqui escorrem

Eis o fim do tormento
E de todo mal
Orai por aqueles que pereceram
Orai por aqueles que não ouviram seu canto final

Sete momentos do silêncio


O Desejo

Há o desejo....
Cavalos selvagens arrastando nossos corpos
O vento é tão prazeroso que não vemos para onde nos levam
Com ele o prazer tão viciante
E ai daquele que culpa o homem
O ser de duas cabeças
Onde o desejo se aproveita da mais fraca para domina-lo
Não me surpreende as mulheres guiadas pelo seu sexo
São as mesmas que criticam o ser masculino
Homens e mulheres consumidos pelo desejo
Guiados pelo seu órgão
Belos e belas
Intelectuais e analfabetos
Ricos e pobres
Fortes e fracos
Todos arrastados para mesma besta

Sete momentos do silêncio


A compreensão

Não é possível compreender
O porquê de tudo
O porquê de nada
Era o vazio

Não a respostas no vazio
Porem há todas as perguntas
Como compreender o vazio

Não há verdade acima
Não há verdade abaixo
Pois aquele que não compreende
O silêncio dessas linhas

Acabam sendo escravos

Sete momentos do silêncio


Falta de ar

Então o que falta quando lhe vê?
E o que falta quando te toca?
E o que falta quando te beija?
E o que falta quando te sopra?

Em pleno silencio é o que falta
E no escuro sozinho lhe falta
Até a morte lhe abraça na falta
A mesma falta quando lhe morde

Isso é o que falta quando lhe escrevo
E adormece o corpo quando lhe falta
E o respirar não me assiste
Quando bate em mim a sua falta

Sete momentos do silêncio


Sem nexo
Foi de fato sem explicação
Tudo escrito sem a mão
 De voracidade múltiplas
Sem plexos ou anexos

A vontade pura
De nada dizer
Dizer nada viver
E de fato esconder

O que nenhum sentido faz
Nem mesmo de ao revés
Se perde a historia
De algo que existiu

Em apenas um olhar
Aquele que se olha sem pensar
E se perde no segundo sem fim
Para nada contar

Sete momentos do silêncio


Acabou o brilhinho

Luz cativa, de luar branco e pálido
Aquela luz que brilha no teu sorrido cálido
Em que horas me perco
Em querer-te iluminada

Acabou o brilhinho
Da mascara em luarada
E sobrou a face
Nas sombras enganada

Se me perco em palavras
Porque o brilho ofusca
E não enxergo mais nada

Tive, não ter
Do inesquecível impossível
O prazer do que não existiu
Permanece imutável e invisível

Mas acabou o brilho?

A dor do silencio



Era para ser como um sonho,
E de sonho em sonho passaram os dias
E de sonho em sonho passaram –se os anos

Adormecido entre seus braços carinhosos
Foi se aconchegando o corpo e alma
Foi se protegendo de tudo e de todos

Entre um piscar e outro viu o mundo
E decidiu acordar entre um sonho e outro
Acordar é difícil
Sair de seus braços muito mais

O mais doloroso foi o silencio
O silencio....
Parece ter  vida tudo que não sentimos
Toma forma o que não vemos e o que não ouvimos

O silecio foi prenuncio
A verdade foi a dor
O fim do sonho foi o desfecho
Da clareza que acabou